A Estrutura do Átomo: Vazio que Predomina
Uma pergunta muito interessante e toca em um dos aspectos mais profundos da física e da nossa percepção da realidade. Embora o átomo seja em grande parte composto por "espaço vazio", isso não significa que, quando tocamos algo, estamos realmente "tocando o nada". Vamos explorar isso com mais detalhes.
Adriano Almeida
2/1/20255 min read
Introdução à Estrutura Atômica
A estrutura de um átomo é fascinante e é composta por três partículas fundamentais: prótons, nêutrons e elétrons.
Núcleo: O núcleo é a parte central e mais densa do átomo, sendo composto por prótons e nêutrons. Os prótons possuem carga elétrica positiva, enquanto os nêutrons são eletricamente neutros. A quantidade de prótons no núcleo define o elemento químico (por exemplo, o hidrogênio tem 1 próton, o carbono tem 6, etc.), enquanto o número de nêutrons pode variar, resultando em isótopos do elemento. O núcleo é muito pequeno comparado ao tamanho total do átomo, mas concentra quase toda a sua massa devido à densidade dos prótons e nêutrons.
Eletrosfera: Ao redor do núcleo, encontra-se a eletrosfera, que é a região onde os elétrons estão localizados. Os elétrons são partículas subatômicas de carga negativa. Eles estão distribuídos em órbitas ou camadas de energia (níveis eletrônicos) ao redor do núcleo, e a forma como esses elétrons se organizam é regida por princípios da mecânica quântica. Os elétrons não estão fixos em órbitas bem definidas, mas possuem uma distribuição probabilística, ou seja, eles podem estar em diferentes regiões ao redor do núcleo, com maior probabilidade em certas áreas chamadas orbitais.
Vácuo entre o núcleo e a eletrosfera: O vácuo que existe entre o núcleo e a eletrosfera não é um vácuo "perfeito" como se vê em um espaço interestelar, mas é, de fato, uma região de baixíssima densidade de partículas. A maioria do espaço de um átomo é, de fato, composto por essa vasta região vazia, onde praticamente não existem partículas. Isso se deve à forma como as partículas se distribuem e interagem dentro do átomo: os prótons e nêutrons ocupam uma área extremamente pequena no centro (o núcleo), enquanto os elétrons, devido à sua alta velocidade e energia, estão espalhados em uma região muito mais ampla ao redor do núcleo.
Esse "vácuo" entre o núcleo e a eletrosfera é uma das razões pelas quais o átomo é predominantemente vazio. Mesmo sendo pequenos, as partículas do núcleo são extremamente densas, enquanto a maior parte da matéria atômica é composta por esse espaço vazio entre o núcleo e os elétrons. Esse espaço não é um vazio absoluto, pois existem campos elétricos e magnéticos que influenciam as interações entre as partículas, mas, em termos de partículas materiais, há uma quantidade muito reduzida de substância nesse espaço.
Esse arranjo mostra como o átomo é, em grande parte, composto por "nada", mas ainda assim é fundamental para a existência da matéria como a conhecemos!
Considerando que o átomo é composto e sua maior parte por espaço vazio, significa que não tocamos em matéria?
Essa é uma pergunta muito interessante e toca em um dos aspectos mais profundos da física e da nossa percepção da realidade. Embora o átomo seja em grande parte composto por "espaço vazio", isso não significa que, quando tocamos algo, estamos realmente "tocando o nada". Vamos explorar isso com mais detalhes.
O átomo é em grande parte "vazio": A maior parte do volume de um átomo é, de fato, composto por "espaço vazio" entre o núcleo e os elétrons. Esse "vácuo" não é um vazio perfeito (como o espaço entre as estrelas), mas sim uma região onde as partículas subatômicas são extremamente afastadas umas das outras, mas ainda existem campos elétricos e forças em ação.
Os elétrons e as interações eletromagnéticas: Quando você toca um objeto, o que realmente está acontecendo é uma interação entre as partículas carregadas do seu corpo e as partículas carregadas dos objetos ao seu redor. Os elétrons dos átomos de sua pele e os elétrons dos átomos do objeto em que você está tocando, por exemplo, nunca se tocam fisicamente. Em vez disso, a sensação de "toque" é gerada pela repulsão eletrostática entre os elétrons. Eles se repelem devido à sua carga negativa, criando uma força de contato.
A força de repulsão: Embora o átomo seja em grande parte vazio, essa repulsão entre os elétrons dos átomos é o que impede que a matéria realmente se "atravesse" ou se sobreponha. Então, quando você toca algo, o que acontece é que os elétrons na sua pele (que têm carga negativa) se repelem fortemente com os elétrons na superfície do objeto, gerando uma sensação de resistência, que interpretamos como "toque".
O que sentimos como "toque": Essa interação das partículas subatômicas (os elétrons) é o que dá a sensação de resistência e contato. O ato de "tocar" não envolve o contato físico direto das partículas materiais, mas a interação de campos de forças, principalmente o campo elétrico. A sensação de pressão, por exemplo, é gerada pela força de repulsão entre essas camadas de elétrons, e essa interação é extremamente intensa em escalas microscópicas.
O espaço "vazio" não é um vazio completo: Outro ponto importante é que esse "vácuo" entre o núcleo e os elétrons não é uma região sem nada. Existe uma interação entre o campo eletromagnético e as partículas, o que significa que mesmo esse "espaço vazio" tem propriedades físicas que afetam a matéria de forma significativa.
Portanto, embora, no nível atômico, os átomos sejam compostos principalmente de espaço vazio, não significa que tocamos no "nada". O que realmente acontece é uma interação complexa de forças, como a repulsão eletrostática entre os elétrons, que impede que as partículas de diferentes átomos se "toquem" no sentido tradicional e, ao mesmo tempo, nos dá a sensação de toque, resistência e contato. Em outras palavras, tocamos, sim, a matéria, mas estamos, de certa forma, "sentindo" essas forças invisíveis que mantêm a estrutura da matéria em seu lugar.
Então se pararmos para pensar bem: Toda matéria que percebemos ao nosso redor, que pensamos ter solidez, é na verdade a interação de forças de natureza atômica. As colisões são apenas a repulsão de cargas em nível atômico. Considerando também, que tudo o que vemos é apenas a interação de ondas de radiação e em uma pequena faixa do espectro visível, todo o mundo que percebemos, é composto basicamente de forças atuando sobre minúsculas partículas, ainda há pouco tempo, consideradas indivisíveis, mas que, com ampliações maiores na percepção humana, já se confirmou que ainda existe um mundo menor por trás dessas partículas.
Resta então, apenas uma pergunta:
O que será que ainda falta ser descoberto, que vai além das partículas subatômicas?
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