O que sabemos da lua. Todos os mistérios que envolvem esse corpo celeste que tanto nos fascina

A lua é sem dúvida o corpo celeste mais famoso na Terra, pois além da sua proximidade com o nosso planeta, ela interfere em vários ciclos na Terra. Um desses ciclos é o das marés dos Oceanos, que tem o seu volume alterado conforme as fases da Lua.

Adriano Almeida

5/8/20248 min read

ORIGEM DA LUA

A lua nasceu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, provavelmente a partir de detritos resultantes da colisão entre a jovem Terra e um corpo do tamanho de Marte chamado Theia. Embora esteja a cerca de 384.400 quilômetros de distância da Terra, a lua tem um efeito significativo sobre as marés devido à sua gravidade. A força gravitacional da lua puxa as águas dos oceanos, criando elevações conhecidas como marés altas, enquanto a rotação da Terra e a posição da lua em relação ao sol também influenciam esse fenômeno. Esse efeito é tão poderoso que, mesmo à distância, a lua desempenha um papel crucial na dinâmica dos corpos d'água do nosso planeta, regulando ciclos e ritmos que afetam diversos ecossistemas marinhos. Assim, a lua não é apenas um corpo celeste distante, mas uma força vital que molda a vida na Terra.

Qual o tamanho da Lua em relação ao planeta Terra?

A Lua, satélite natural da Terra, tem um diâmetro de aproximadamente 3.474 quilômetros, o que corresponde a cerca de um quarto do diâmetro do nosso planeta, que é de aproximadamente 12.742 quilômetros. Em termos de proporção, isso significa que a Lua é significativamente menor em tamanho em comparação com a Terra. Além disso, a massa da Lua é cerca de 1/81 da massa da Terra, que é aproximadamente 5,97 x 10^24 kg. Essa diferença de tamanho e massa resulta em um campo gravitacional na Lua que é cerca de 1/6 do que encontramos na superfície da Terra, influenciando assim as condições e fenômenos observados em nosso satélite natural.

Porquê a Lua influencia as marés nos oceanos?

A Lua tem uma influência muito forte sobre as marés dos oceanos devido à sua gravidade. Embora a Lua seja muito menor do que a Terra, ela está bem mais perto de nós, o que faz com que sua atração gravitacional tenha um grande impacto nos mares.

Quando a Lua exerce sua gravidade sobre a Terra, ela puxa a água dos oceanos, causando uma "protuberância" na superfície dos mares. Isso resulta no fenômeno que chamamos de maré alta. Em oposição, a parte da Terra do lado oposto à Lua também experimenta uma elevação semelhante, devido à força centrífuga gerada pela rotação da Terra e pela interação gravitacional com a Lua.

Portanto, há duas marés altas: uma diretamente sob a Lua e outra no lado oposto da Terra. As marés baixas ocorrem entre essas duas elevações, quando a água recua.

Além disso, o Sol também influencia as marés, mas a sua atração gravitacional é mais fraca do que a da Lua, embora ainda cause variações. Quando o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados, durante a Lua cheia ou a Lua nova, temos as marés de sizígia, que são mais intensas, chamadas de marés grandes ou marés de primavera.

Esse ciclo de marés ocorre devido ao movimento relativo da Lua em torno da Terra e a rotação da Terra em seu eixo, resultando em variações periódicas na altura da água. Fascinante, né?

Como seria se a Lua simplesmente não existisse?

Se a Lua simplesmente não existisse, a Terra seria bem diferente em vários aspectos! A Lua tem um papel fundamental no nosso planeta, e a sua ausência teria várias consequências significativas:

  1. Mudanças nas marés: Como já falamos, a Lua tem um grande efeito sobre as marés dos oceanos. Sem ela, as marés seriam muito mais fracas, pois as forças gravitacionais do Sol, embora ainda presentes, não seriam suficientes para criar o mesmo impacto. Isso afetaria ecossistemas costeiros e a vida marinha que depende de marés para alimentação e reprodução.

  2. Rotação da Terra: A Lua tem um efeito estabilizador na inclinação do eixo da Terra. Sem ela, a Terra poderia ter uma rotação mais instável, com grandes variações na inclinação ao longo de milhares de anos. Isso poderia causar mudanças drásticas no clima e nas estações do ano, tornando os padrões climáticos mais extremos e imprevisíveis.

  3. Dia mais curto: A gravidade da Lua exerce uma força de atração sobre a Terra que desacelera gradualmente a sua rotação. Isso faz com que os dias sejam ligeiramente mais longos ao longo de bilhões de anos. Sem a Lua, a Terra giraria mais rápido, o que significaria que os dias seriam mais curtos. Em vez de 24 horas, um dia poderia ter, por exemplo, cerca de 6 a 8 horas.

  4. Impacto na vida e evolução: O ritmo das marés, o efeito estabilizador da Lua na inclinação do eixo da Terra e outros fatores podem ter ajudado na evolução da vida, especialmente na transição de organismos marinhos para a terra firme. Sem a Lua, o desenvolvimento de muitas espécies poderia ter sido bem diferente.

  5. Aparência do céu: Sem a Lua, o céu noturno seria mais escuro, sem o brilho constante da nossa "companheira" celestial. Isso também afetaria os ciclos de vida de animais noturnos, como as tartarugas marinhas e várias espécies de insetos, que usam a luz lunar para orientação.

A Lua desempenha um papel crucial na estabilização do clima, na dinâmica da Terra e na vida como a conhecemos. Embora a Terra ainda fosse habitável sem a Lua, provavelmente seria um planeta bem mais instável e diferente do que é hoje.

O que há no "lado escuro" da Lua

O termo "lado escuro da Lua" é um pouco confuso, porque não existe um "lado escuro" permanente. O que acontece é que a Lua tem uma rotação sincronizada com a Terra, ou seja, ela sempre mostra a mesma face para o nosso planeta. Isso é conhecido como rotação sincrônica. Por causa disso, uma metade da Lua está sempre voltada para a Terra, enquanto a outra está voltada para o espaço.

Essa face oposta à Terra é muitas vezes chamada de "lado oculto" ou "lado distante" da Lua, mas, na verdade, ela recebe a mesma quantidade de luz solar que o lado visível. O nome "lado escuro" é um mal-entendido, porque o lado distante da Lua passa por ciclos de dia e noite, assim como o lado visível, com períodos de luz solar e escuridão.

Agora, o que existe nesse lado da Lua?

  1. Superfície rochosa e crateras: O lado distante da Lua tem uma superfície muito semelhante à do lado visível, com grandes crateras e planícies chamadas maria (que são formadas por antigos fluxos de lava). No entanto, há uma diferença importante: o lado distante tem menos dessas grandes planícies escuras e mais áreas de terra rígida e acidentada, com muitas crateras. Isso se deve a diferenças na formação da Lua.

  2. Exploração: Até 1959, o lado distante da Lua era um mistério, pois nunca havia sido visto diretamente. Foi a sonda soviética Luna 3 que tirou as primeiras fotos da face oculta. Desde então, várias missões, como as sondas Chang'e da China e outras missões da NASA, como o Lunar Reconnaissance Orbiter, têm explorado e mapeado esse lado.

  3. Propriedades geológicas: O lado distante tem algumas diferenças geológicas interessantes. A crosta lunar nesse lado é mais espessa, o que pode ter influenciado a formação de menos maria em comparação com o lado visível. As crateras e montanhas são mais predominantes, e há uma maior concentração de materiais como o anortosito, uma rocha rica em cálcio e alumínio.

  4. Interesse científico: O lado distante da Lua é um local muito interessante para estudos científicos. Ele oferece um ambiente sem interferência das emissões de rádio da Terra, o que o torna um excelente local para telescópios que estudam o universo em comprimentos de onda longos, como as ondas de rádio. Alguns projetos estão considerando a construção de observatórios ou bases neste lado para estudar o espaço com menos "ruído" da Terra.

Em resumo, o "lado escuro" da Lua não é realmente escuro o tempo todo, mas sim o lado que está sempre voltado para o espaço. E, apesar de ser mais difícil de observar, ele é fascinante e cheio de características geológicas que os cientistas continuam explorando!

AS FASES DA LUA

A Lua passa por várias fases ao longo de seu ciclo de 29,5 dias, o qual é chamado de "mês lunar". Essas fases são causadas pela posição relativa da Lua, da Terra e do Sol. Durante esse ciclo, a quantidade de luz solar que vemos refletida na Lua muda, criando as diferentes fases.

Aqui estão as fases da Lua, detalhadas e explicadas em termos de quando elas ocorrem no ciclo lunar:

1. Lua Nova

  • O que acontece: Durante a Lua Nova, a Lua está entre a Terra e o Sol. A face iluminada da Lua está voltada para o lado oposto à Terra, o que faz com que a Lua pareça completamente escura.

  • Quando ocorre: A Lua Nova marca o início do ciclo lunar. Ela ocorre aproximadamente a cada 29,5 dias, mas a data exata varia dependendo do mês e do ano.

  • Características: É um bom momento para observar estrelas e planetas, pois a luz da Lua não interfere.

2. Crescente (ou Lua Crescente)

  • O que acontece: Após a Lua Nova, a Lua começa a se afastar do Sol na órbita e, gradualmente, a parte iluminada da Lua começa a crescer, formando uma pequena faixa de luz. Nesse estágio, vemos uma "ferradura" de luz.

  • Quando ocorre: A Lua Crescente ocorre cerca de 3 a 4 dias após a Lua Nova.

  • Características: A fase crescente termina quando a Lua alcança o quarto crescente, com metade da Lua iluminada.

3. Quarto Crescente

  • O que acontece: Quando a Lua completou um quarto de sua órbita ao redor da Terra, vemos metade da Lua iluminada e metade na sombra. A linha divisória entre a parte iluminada e a parte sombreada é chamada de "limbo".

  • Quando ocorre: Aproximadamente 7 a 8 dias após a Lua Nova.

  • Características: Essa fase marca a metade do ciclo lunar e é o momento em que a Lua parece estar em "metade" do caminho entre a Lua Nova e a Lua Cheia.

4. Gibosa Crescente

  • O que acontece: A Lua continua a se mover em sua órbita e a parte iluminada aumenta ainda mais. Nesse estágio, mais da metade da Lua está iluminada, mas ainda não está completamente cheia.

  • Quando ocorre: A Gibosa Crescente ocorre entre o Quarto Crescente e a Lua Cheia, cerca de 10 a 12 dias após a Lua Nova.

  • Características: A Lua está quase cheia, mas ainda falta um pouco para atingir a Lua Cheia.

5. Lua Cheia

  • O que acontece: Durante a Lua Cheia, a Lua está do lado oposto à Terra em relação ao Sol, de modo que toda a face visível da Lua é iluminada pela luz solar. É o momento em que a Lua parece completamente brilhante no céu.

  • Quando ocorre: Aproximadamente 14 a 15 dias após a Lua Nova.

  • Características: A Lua Cheia é a fase mais luminosa do ciclo lunar, e é um bom momento para observação lunar, pois toda a superfície visível da Lua está iluminada.

6. Gibosa Minguante

  • O que acontece: Após a Lua Cheia, a quantidade de luz solar que ilumina a Lua começa a diminuir. A parte iluminada começa a encolher, mas ainda mais da metade da Lua está visível.

  • Quando ocorre: Aproximadamente 17 a 18 dias após a Lua Nova.

  • Características: A Lua ainda está bastante iluminada, mas está em processo de diminuição até a próxima fase.

7. Quarto Minguante

  • O que acontece: A Lua continua a minguar até atingir novamente a metade iluminada e metade sombreada. Neste estágio, a outra metade da Lua é iluminada em comparação com o Quarto Crescente.

  • Quando ocorre: Aproximadamente 21 a 22 dias após a Lua Nova.

  • Características: Assim como o Quarto Crescente, vemos metade da Lua iluminada e metade na sombra, mas em direção ao final do ciclo.

8. Crescente Minguante

  • O que acontece: A Lua está quase totalmente na sombra, com uma fina faixa iluminada visível. Ela está se aproximando da Lua Nova.

  • Quando ocorre: Aproximadamente 27 a 28 dias após a Lua Nova.

  • Características: A fase final antes de começar novamente o ciclo com a Lua Nova.

Ciclo Completo:

Cada ciclo lunar dura cerca de 29,5 dias, começando com a Lua Nova e passando por todas essas fases até retornar à Lua Nova novamente. O tempo entre duas Luas Novas consecutivas é conhecido como "mês sinódico".

Portanto, em cada ciclo lunar, a Lua passa por essas fases, e as datas em que elas ocorrem variam ligeiramente a cada mês, mas o padrão permanece o mesmo, com a Lua passando por essas 8 fases.